quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ainda sobre doação que é fardo

Quando o cego Bartimeu gritou pela misericórdia de Jesus Cristo, Jesus perguntou a ele o que ele queria, parece
coisa inútil, normalmente a gentileza parece mesmo, mas não é.
A gentileza não é inútil e nem é excesso, gentileza é à medida que respeita o mistério que o outro é e só o tempo
é capaz de revelar, tempo expresso tanto numa conversa quanto numa vida toda. Conversa de cunho simples que pode ter
início com um simples "o que queres que eu te faça?", ou, em outras palavras, "posso te ajudar?".
Gentileza é a extrapolação da boa educação, a boa educação vem do treino, da rotina, das palavrinhas bem
calculadas e adequadas à situação. Boa educação tem haver com empatia, gentileza tem haver com a admissão de que a
empatia é impossível, porque mais que tentemos nos colocar no lugar do outro, a verdade é que nós não fazemos idéia do
que se passa com ele.
Tem gente que diz que é difícil chegar à obediência do Senhor quando ele diz tantas repetidas vezes "Seja como
Eu", "Ama a Deus acima de todas as coisas, ama teu próximo como a ti mesmo", mas isso é uma incongruência se levarmos em
conta que ele também diz "o meu fardo é leve", também às palavras dos Gênises quando é afirmado que nós já somos imagem
e semelhança de Deus.
Como eu acho que dá pra nós nos achegarmos a Deus? Com gentileza, e só. Como é que eu acho que conseguimos chegar
a esse nível de santidade? Sei não... mas desconfio que o diálogo é um ótimo começo.

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