sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mais de Napoleon Hill

"Quantos dedos tem aqui?" (Patch Adams)

No filme Peter Pan, quando a Sininho trai o Peter, a autora justifica a atitude da fadinha explicando que as fadas
são pequeninas demais pra comportar mais de um sentimento... Penso que isso não se limite às fadas.
Os sentimentos, quando são demais, afogam. Os pensamentos também.
Quem se ocupa demais com a derrota, não dá espaço pra vitória. Quem pensa demais na doença não dá chance pra cura.
Quem se concentra demais na pobreza não se permite enriquecer.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ser vela

Há muitos homens que eu admiro: Jesus Cristo, Buda, Mahatma Gandhi, Beethoven, Padre Leo... infelizmente são
pessoas que não estão mais nessa terra. Eu os admiro pelo mesmo motivo, são homens que conseguiram retirar algo de bom
de uma coisa ruim. Jesus Cristo da morte, retirou a ressurreição. Buda, do sofrimento, o entendimento. Mahatma Gandhi,
da violência, a paz. Beethoven, da surdez, a Nona Sinfonia. Padre Leo, do câncer, a esperança.
Há pouco, questão de meses, conheci as obras do Padre Zezinho, tinha ouvido falar dele antes, mas a curiosidade
não despertava, quando assisti uma entrevista dele para o Papo Aberto (canal Canção Nova, apresentação do Gabriel
Chalita), eu simplesmente me apaixonei.
O Padre Zezinho tem esse dom, essa coisa que eu admiro e que busco, ele observa qualquer coisa, coisa pequena e a
riqueza que ele tem dentro de si é tão imensa que faz daquela coisinha insignificante uma outra coisa incrível.
Eu sempre quiz ser grande, mas não grande no conceito físico, ou monetário, ou no sentido de fama. Sempre quiz ser
gente assim como o Padre Zezinho, que leva consigo a medida, a palavra certa, o jeito que combina. Percebi ainda na
adolecência que pra ser grande assim do jeito que eu quero é preciso ser pequena, por esse motivo dentre muitos outros
que a admiração que tenho pelo Padre Zezinho só faz aumentar, ele diz "escolhi ser 'Zezinho' porque prefiro ser
pequeno", diz "a mensagem é mais importante que o mensageiro".
Desde que fiquei cega vez em quando eu repito pra mim mesma a mesma pergunta, faço a mesma oração, "o que é que eu
posso fazer de bonito com essa deficiência?", como é que eu vou chegar a minha velhice e poder dizer a mim mesma "da
escuridão, consegui retirar a luz?", a resposta é sempre a mesma, "eu não sei". Agora, lendo Padre Zezinho, a pergunta
ecoa muito mais, ele diz "seja como a vela que derrete mas continua a brilhar", diz isso e aquilo, quanto mais eu leio,
mais conheço, mais o admiro e mais me questiono.

domingo, 23 de outubro de 2011

Violinistas no telhado

Fui convertida um pouco mais nessa última sexta-feira.
Podia-se ouvir a música logo a porta da capela, falando sobre gratidão, salvação, e o amor de Deus. Quando nós nos aproximamos do Elias eu o abracei e disse que lamentava e que gostaria de dizer algo a ele, ele me respondeu "Deus deu um milagre a ela, ela estava sofrendo, acontece com todo mundo, vai acontecer com a gente também". Meu Deus, o viúvo me consolou!
Nós nos afastamos um pouco para que as outras pessoas pudessem se aproximar, a cantoria continuava, quando eles paravam de cantar eu também parava de chorar, mas quando eles começavam eu inevitavelmente chorava de novo e pensava comigo "que gente é essa que louva a Deus num velório?"
O sentimento geral era de tristeza, mas eu também fiquei constrangida, lembro do filme Fiddler on the Roof, da primeira cena quando Teve diz que a Tradição mantém o povo em equilíbrio, assim como o violinista toca bem e ao mesmo tempo se equilibra no telhado. Eu assisti ao marido e aos amigos que sofrem com a morte da Dulce equilibrar-se quando a tristeza enfraqueceu as suas pernas e ao mesmo tempo arranharam a realidade da morte arrancando alguma beleza através da fé.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O mistério da fé

"Os maiores milagres de Aparecida são espirituais. Nós, padres, o sabemos. Tenho visto poucas pessoas jogarem muletas no chão e saírem triunfantes. É mais templo de oração do que de prodígios. Também não vejo os padres e pregadores a incentivar isto. Mas os confessionários estão sempre cheios. Outra vez, vale a expressão de Romano Gardini, repetida pelo papa Bento XVI: 'essencializar a vida'. O que seria o essencial em Aparecida? Penso que aqueles olhares e aquelas conversas de povo simples, dirigidos a Jesus e à sua mãe. O espetáculo de Aparecida e que ali nada é espetacular. Os fiéis não vão lá para ver milagres. Vão lá para orar". (Padre Zezinho)

Uns poucos anos atrás, viajei com meu [naquela época] namorado e a família dele para Aparecida do Norte. Viajamos com aexcurção da igreja dele, partimos sexta-feira à noite e retornamos domingo à noite. Quando partimos de Curitiba, o clima estava ameno, o verão já havia chegado e o frio havia dado uma trégua, porém uma brisa agradável se mantinha. Talvez por causa da temperatura, senti a diferença de Curitiba e Aparecida do Norte na pele, lá a cidade estava quente, insuportavelmente quente, vez em quando eu precisava sentar e respirar e repetir para mim
mesma "não desmaie não desmaie não desmaie".
Começamos o passeio sábado pela manhã, conhecemos as ferinhas de rua, a cidade e a igreja do Frei Galvão e passeamos pelo mini shopping ao lado da basílica. Abri mão de conhecer alguns lugares, os lugares mais íngremes pra ser mais específica.
A missa na igreja do Frei Galvão foi muito bonita e sóbria, ao contrário do que eu esperava, não havia escândalos e nem exageros da parte do sacerdote, nem da parte dos romeiros. Infelizmente, eu e meu namorado discutimos quando retornamos de lá e o efeito esclarecedor da missa e do que me apercebi quanto à cidade passou.
A discussão, o calor, a multidão, o comércio religioso, o comércio não religioso... Tudo contribuía para afiar as minhas críticas e polir meus argumentos desaforados guardados ao que eu chamava "manipulação de massa". Como por respeito à religião da família do meu recente namorado, preferi ficar calada e não proferir todo meu desprezo.
Os lugares seguintes que visitamos foram o mostruário da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Sala dos Milagres e a Sala das Velas. Quando começamos descer uma rampa, o meu coração palpitou forte como quando se leva um susto, como ninguém me chamara, continuei a andar. Aconteceu de novo, eu respirei fundo e pensei comigo que não podia ser o calor porque lá estava fresco, nem fome porque já havíamos comido, muito menos cede porque eu estava sempre com uma garrafa d'água, concluí que se acontecesse novamente eu falaria com meu namorado para pararmos e descansarmos um pouco, mesmo a contragosto, porque eu ainda estava brava com ele. Então aconteceu uma terceira vez, mas não deu tempo de falar nada porque eu já estava chorando, tentava formular as frases, mas o meu coração se apertava em protesto, à voz engasgava e eu chorava mais. Finalmente quando consegui respirar fundo, perguntei a ele "você pode, por favor, me explicar porque é que eu estou chorando?", ao que ele respondeu "todo mundo está chorando", "Por quê?", "porque a gente ta bem na frente da Santinha", "mas eu não consigo definir o que é que eu estou sentindo", "é assim mesmo, o Espírito Santo faz isso com a gente".
Eu já era cega naquela época. Eu não sabia onde eu estava, eu não sabia que a imagem da Santa estava lá, eu não sabia que as pessoas estavam chorando, eu não compartilhava daquela crença, eu nem ao menos estava prestando atenção, visto que estava mergulhada nos meus próprios etassuntos.
Eu me orgulhava de mostrar a todos que era forte, independente, lógica, ponderada. Eu procurava por respostas, quando eu estava só eu implorava a ajuda de alguém, mas eu não procurava lá, eu não acreditava e não merecia. Mesmo assim, naquele dia, eu fui apresentada a um Amor que eu não conhecia, eu ainda não entendo, ainda não tenho respostas, não tenho vocabulário pra traduzir o que é que aconteceu comigo, o que eu sei é que uma porta se abriu e vai se manter assim, pra sempre.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Aparelhos de ar condicionado

"Durante dezesseis anos, eu aprendera a não olhar, a não ver, a não tentar encontrar coisa alguma. Outra pessoa qualquer
sempre encontraria as coisas para mim. Ninguém, nem mesmo eu, acreditou que um dia eu viesse a enxergar. Mas agora meus
olhos estavam cheios de janelas e condicionadores de ar, e meu cérebro começava a funcionar de maneira diferente". (Meir
Schneider)

O que atrapalha no meu corpo é a alergia, conjuntivite alérgica pra ser mais específica. A alergia causa coceira
nos olhos, fotofobia, falta de lágrimas e lacrimejamento (pois é...). A coceira andou de mãos dadas com o ceratocone, o
que me levou ao transplante das duas córneas. O uso prolongado de corticóides na tentativa de controlar a alergia
desenvolveu umas leves cataratas e elevou gradativamente a pressão ocular. A pressão já alta mais os transplantes
causaram picos de pressão que escavaram os nervos óticos. Agora, vira e mexe, uma inflamação ou outra, causadas pela
alergia, acompanhadas de um bichinho levam a processos infecciosos que deixam minhas córneas opacas e meus nervos óticos
cansados.
Quanto à manutenção do glaucoma mais a alergia durante os processos inflamatórios, num aspecto, é uma brincadeira
de estica e puxa: se eu não uso corticóides, os olhos inflamam; se eu uso, a pressão aumenta.
Noutro aspecto, a elevação da pressão coloca o resíduo que eu tenho em risco. O que eu tenho de visão permite que
eu distinga algumas cores, alguns contrastes, cada vez que passo por uma crise inflamatória as imagens ficam um pouco
mais desbotadas (visto que a lesão causada no nervo ótico não escurece o campo visual da periferia para o centro, mas
sim, embranquece de dentro pra fora).
Eu ainda não sei como curar o problema da alergia, mas, quanto aos nervos cansados, já aprendi a dar um jeito.
O jeito são os exercícios de visão intercalados chamados "palming" e "piscamento". Palming trata-se de sentar-se
numa cadeira em frente a uma mesa e repousar os cotovelos confortavelmente em almofadas ou livros, de modo que a postura
fique reta, as palmas das mãos (limpas) devem ser repousadas levemente sobre os olhos fechados. Piscamento é o exercício
de piscar várias vezes seguidas conscientemente, normalmente entre um Palming e outro.
O palming relaxa os nervos óticos, como eu sou glaucomatosa só posso fazer o exercício cinco minutos de cada vez.
O piscamento relaxa os músculos ao redor dos olhos e melhora a sua lubrificação.
Normalmente, eu consigo ver a melhora no outro dia. No mesmo dia, apenas se recebo uma massagem na nuca e no couro
cabeludo, já tentei as auto massagens, mas não causam o mesmo efeito. O meu ponto de referência preferido é o aparelho
de ar condicionado que fica em frente a minha mesa de trabalho. É um daqueles aparelhos quadrados, grandões, que ficam
pendurados na parede. Quando eu estou numa crise, a imagem do aparelho quase não existe, se faço de duas a três horas de
exercícios, no dia seguinte a imagem aparece distinta o suficiente para eu saber que ele existe.
Na verdade eu não vejo o aparelho de ar condicionado, mas eu sei que aquela coisa mais ou menos quadrada e escura
na branquidão da parede é um aparelho de ar condicionado. E conseguir distinguir aquela geringonça me desperta um
alívio, uma esperança, é um bálsamo de uma coisa que apenas aqueles que passam por exercícios de reabilitação conseguem
entender.

Sylvia Lakeland

Graças a Deus minha mãe assistiu ao programa Mais Você num dia de 2009, quando a Sylvia Lakeland [1] apresentou o
seu trabalho e contou a sua história.
Eu pesquisei sobre a Sylvia na Internet e consegui marcar uma entrevista com ela num dia que ela veio palestrar em
Curitiba. Foram os noventa minutos mais saudáveis para os meus olhos em doze anos. Estava um dia de sol e eu não estava
fotofóbica e não precisei usar óculos escuros. Naquela época, A pressão nos olhos rodeava os 16, no mesmo dia eu me
consultei com a Oftalmologista e ela a tingiu oito. E tanto a a aparência dos olhos estava melhor.
Ela me ensinou os exercícios básicos: sunning palming, piscamento, shifting e swinging. Orientou a respeito das
auto massagens e da posição do corpo durante os exercícios. Também me falou sobre o prazer em ver, em olhar, em enxergar
e sobre ter uma visão saudável.

Meier Schneider

A Sylvia conheceu o Meir Schneider [2] quando estava cega, porém com resíduo de visão, e, através dos exercícios
que aprendeu com ele, recuperou a visão em 4 anos.
O Meir, por sua vez, aprendeu os exercícios com um garoto que o ensinou o método do Dr. Willian Bates. Meir nasceu
cego, porém tinha um resíduo de visão, hoje, espalha o seu próprio método por todo o mundo. Quanto à visão, bem, ele
enxerga o bastante para dirigir.

[1] www.lakelandsylvia.com.br
[2] www.self-healing.org.br

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Vocação pra ser feliz

"Há um céu que começa em cada um de nós / Há uma escolha e um desafio / Há uma promessa, um desejo / Em seu coração Deus
espera por você / Há um céu que começa em cada um de nós / Há uma vocação e um chamado / Há uma pergunta, uma resposta /
Em seu coração Deus espera por você" (Banda Dom)

O único motivo de eu estar nesse mundo é ser feliz. Tudo está certo, é aqui que eu estou e é aqui que eu começo.
Se eu estou certa? Deus que me conte quando eu voltar pra Ele, por enquanto me basta acreditar. E enquanto o objetivo
[de ser feliz] se mantém cumprido e essa pouca gente que me cerca também está feliz no processo... eu continuo.

Existe vida após o braile

A loja de cubo mágico de SP me respondeu com um "vamos entrar em contato com nossos fornecedores". Dei uma olhada
nuns poucos resultados do Google e o máximo que encontrei é um protótipo cujas faces tem inscrições em braile diferentes
ao invés de cores... todo branco... Por quêêêêê?! Existe vida após o braile! Essa não é a última fronteira! E por quê
essa mania monocromática quando o assunto é deficientes visuais?
Eu não estou vendo, mas isso não é sinônimo de feiura. Eu sou cega, estilosa, inteligente e gata! Não sou um
resumo de mim. Eu sou inteira! Não me faço resumo de mim. Vivo plenamente! Não represento um resumo de mim. Eu sou
completa!
Eu quero um cubo mágico colorido, fofo, criativo, divertido e não uma prótese social com um cartaz neon pendurado
piscando "brinquedo de cego". Vou dar mais uma olhadinha na web, se não encontrar, vou fazer um eu mesma.

Convivência

Você me conhece mais do que eu penso.
Eu te conheço mais do que você imagina.
O que a gente não conta, brota, acontece, imerge.
Esse jeito de conhecer acontece perto da medida da permissão, mas ainda mais próximo da medida da convivência.
Essa coisa não é paixão... Mas o gosto lembra.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Minha sugestão tecnológica para a questão lições com desenhos versus aluno DV

O portal de matemática respondeu a minha indagação a respeito de softwares de ensino de matemática que facilitem a
vida do aluno DV com um redondo não.
A-OK!
Vamos voltar à imaginação.

No post anterior eu esbocei minha idéia a respeito de um plugin para representação de equações, agora é a vez dos
gráficos e diagramas.

Gráficos com HP49g+

Antes dos meus olhos adoecerem mais e eu não conseguir escrever, desenhar e usar a calculadora, eu cheguei a ter
uma HP49g+, nela dava para inserir equações e ela plotava o traçado da curva.

Gráficos com o multiplano

Ao perder a visão, o Prof Rubens Ferronato foi contatado, ele é o inventor do multiplano, o Prof Ivan Coling o
chamou para esclarecer os professores a respeito de como é ensinar a um aluno DV e ensinar-nos como usar a nova
ferramenta. O multiplano é uma placa preenchida com furos e com os eixos cartesianos representados por duas linhas
pontilhadas. Com taxas plotam-se valores e com elásticos traçam-se curvas.
Para mim foram fornecidos três deles, um mais ou menos do tamanho de uma folha A4 e outro maior de mais ou menos 1
m de lado, mais um circular de 10 cm de diâmetro que tem uma base que pode ser encaixada em outros multiplanos
simétricos.
Para a universidade foram fornecidos dois de 1 m de lado, um simétrico e outro dilog.
O Prof Ferronato também me mostrou uma outra invenção, uma manta imantada, onde ele fixava pequenas placas de
acrílico também imantadas com inscrições em tinta e em braile.
Eu questionei o Prof Ferronato a respeito da representação de sólidos e no nosso segundo encontro ele me
apresentou a solução, no multiplano pequeno ele encaixou perpendicularmente duas placas unidas também
perpendicularmente, ficou como o chão de uma sala com o canto e as duas paredes. Ele me demonstrou unindo varetas com
chanfros simétricos como faria para representar sólidos ou pontos com três coordenadas.
Pois então... Fiquei babando nesses dois últimos... Como eram apenas protótipos ele não quis me fornecer... Mesmo
eu insistindo.

Na resolução de exercícios, como Por exemplo, para plotar a curva f(x) = x para x = zero até x = zero no meu
multiplano menor, eu encaixo uma taxa onde as linhas pontilhadas se encontram, conto 10 furos para a direita seguindo a
linha horizontal e 10 para cima, aí encaixo outra taxa, finalmente uno as duas taxas com um elástico.
No decorrer do curso, era bom com equações de patamares periódicos, degraus e outras que não tivessem curvas, mas
quando era preciso representar senóides, exponenciais... Enfim, curvas com curvas, a escala do multiplano não
satisfazia.
Também era ótimo para diagramas de física mecânica e outras representações com vetores, mas ficava limitado quando
eu tinha de desenhar diagramas elétricos.
Uma coisa que também atrapalhava era o fato de não poder registrar a informação.

Linha braile

Existe um dispositivo chamado linha braile, é um periférico que é conectado no PC e sintetiza braile na sua
superfície. Por exemplo, se aqui no blog eu der um Ctrl + home, o cursor vai para o topo da página e o meu sintetizador
de voz vai dizer o nome do blog, se eu estivesse usando uma linha braile, a sintetização seria escrita em braile.

Sugestão

A minha idéia, como anteriormente, é (1) desenvolver um plugin complementar a editores de textos conhecidos como
Word e Writer.
Tal como na calculadora HP49g+ que eu tinha, a entrada poderia ser feita inserindo uma equação (1) ou os (2) valores das
coordenadas. Também seria possível inserir (3) diagramas vetoriais e (4) (diagramas elétricos).
O plugin permitiria (5) a visualização das equações através da sintetização de voz e (6) a visualização gráfica
através da sintetização braile.
Também da mesma forma da sugestão anterior, seria possível a inserção dos desenhos através de (7) teclas de atalho
e de (8) uma lista classificatória.
Outra semelhança é o default de ser trabalhado com sintetizadores conhecidos como JAWS e NVDA para Windows e HORCA
para Linux.

Por exemplo, o filtro passa faixa tem o diagrama do circuito, a equação de transferência direta, e o gráfico da
resposta em frequência.
O circuito é o conjunto série de uma fonte de tensão alternada Ve, um indutor L, um capacitor C e um resistor R; a
saída Vs está no resistor.
A equação de transferência direta é dada por Vs/Ve = (R/L)s/[s² + (R/L)s + (1/LC)].
O gráfico teórico é um patamar V que começa em x = 0 e que se mantém até uma frequência de x = f1, neste ponto ele
cai a zero até uma frequência x = f2, quando volta ao valor do patamar anterior.

Se eu tivesse o plugin em mãos, seguiria os seguintes métodos para inserir o diagrama do circuito e o gráfico:

Diagrama:
1 - Pressionando a combinação de teclas Ctrl + De, o usuário especifica que quer inserir um diagrama elétrico;
2 - Uma caixa de diálogo "Inserir diagrama elétrico" é aberta, nela existe um campo de edição, o sintetizador diz
"Inserir diagrama elétrico";
3 - O usuário digita (Eca; L; C; R);
4 - Uma mensagem aparece, tem três botões, "Detalhar", "Inserir" e "Cancelar", o default está em "Inserir", o
sintetizador diz "Inserir";
5 - Com o Tab o usuário vai até "Detalhar";
6 - Uma caixa de diálogo é aberta com quatro campos de edição, cada um é um elemento do circuito;
7 - O default está no "Eca", nesse campo o usuário digita Leg = Vê;
8 - Em L, Leg = L;
9 - Em C, Leg = C;
10 - Em R, (Vs; Leg = R);
11 - O usuário vai até o "Inserir" com o Tab ou tecla Enter;
12 - O desenho do diagrama é gerado e o sintetizador diz "Diagrama elétrico de um circuito em série de uma fonte
de tensão alternada v e, indutor l, capacitor c, Resistor r, com a saída em r", na linha braile o diagrama é plotado com
linhas pontilhadas para representar os fios, as letras eca para a fonte alternada, l para o indutor, c para o capacitor,
r para o resistor e uma outra linha com a as letras vs indicando a saída;
13 - Como nas abas de planilhas do Excel, com Ctrl + pgUp ou Ctrl + PgDown, o usuário navega entre o desenho do
diagrama, a função que o determina e os detalhes.

Gráfico:
1 - Com Ctrl + glc, o usuário especifica que quer inserir um gráfico literal fornecendo as coordenadas;
2 - Uma caixa de diálogo "Gráfico ponto a ponto" é aberta, nela há vinte campos de edição, dez para valores de x e
dez para valores de y;
3 - O usuário fornece as coordenadas (zero, V), (f1, 0), (f2, V);
4 - Vai com Tab até inserir e tecla "Enter";
5 - O desenho do gráfico é gerado e o sintetizador diz "gráfico literal com V para x igual a zero, zero para x
igual a f1 até f2, quando volta ao valor de v", na linha braile o gráfico é traçado com linhas pontilhadas e as letras
braile para as legendas dos eixos e os valores de x e y;
6 - Como na inserção de diagramas, o usuário tecla Ctrl + pgUp e Ctrl + PgDown para navegar entre o desenho, a
guia de edição de coordenadas e a guia detalhes.

O registro de um capítulo da diciplina de Princípios de Controle de Servo Mecanismos feito tanto para quem é DV
quanto para quem não é, sem cola, sem barbante, sem discriminação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Minha sugestão tecnológica para a questão ensino de cálculo versus aluno DV

Enviei um e-mail para um portal de matemática perguntando a respeito dos avanços dos softwares para auxílio de aprendizado de cálculo para quem não enxerga. Enquanto espero a resposta, vou contando a minha idéia do que eu acho que seria um software que realmente ajudaria o aluno deficiente visual a aprender matemática.

(1) Acho que é mais fácil fazer um plugin como complemento do que já existe do que criar uma coisa nova, assim (2) a edição pode ser feita num editor de texto mesmo, um Word ou Writer da vida. (3) Tem que prever o reconhecimento e a tradução de caracteres que já existam no corpo do texto em formato de figura ou entradas que já tenham sido feitas com outro plugin como o Equation do Word, por exemplo.
(4) As entradas seriam semelhantes a da ferramenta Equation da calculadora HP48g (49... 50...), o que quer dizer que o operador pode ser inserido antes ou depois dos valores. (5) O usuário teria a possibilidade de inserir os caracteres e operadores através de teclas de atalho ou de uma lista classificatória, como é feito na inserção de funções do Excel.
Daqui em diante começam os elementos para a sintetização de voz admitindo uma lógica similar àquela para a sintetização de voz já usada para a leitura de textos com editores comuns do Windows ou Linux mais os softwares de leitura existentes como JAWS, NVDA ou HORCA.
(6) O plugin teria que identificar a diferença entre letras e operadores, reconhecer, por exemplo, quando o usuário estivesse usando a letra sigma maiúsculo ou o operador de somatório; a letra "f" seguida da letra "x" entre parênteses ou "efe de xis". (7) A posição dos operadores teria que ser indicada, como os limites de integração de uma integral ou o numerador e o denominador de uma divisão.

Por exemplo, quando eu estava na faculdade, se um exercício pedisse a área de uma curva f(x) = x² - 3x + dois, eu resolveria a integral definida I [um; dois] (x² - 3x +dois) dx. Acontece que "I [um; dois] f(x) dx" não é a representação de uma integral definida.

Se eu tivesse o plugin que idealizo em mãos, seguiria o método:
1 - Pressionar as teclas Ctrl + i para inserir a função "integral definida", ao fazê-lo o sintetizador diz "Integral definida";
2 - Ao pressionar a seta para baixo ou para cima os campos de limite inferior e superior ficam abertos para edição;
3- Quando a seta para baixo é pressionada o sintetizador diz "limite inferior", ao pressionar a seta para cima ele diz "limite superior";
4 - Editar o limite inferior com um, o superior com dois;
5 - Depois dos limites editados, ao pressionar a seta para baixo, o sintetizador diz "limite inferior igual a um", com seta para cima "limite superior igual a dois";
6 - Ao pressionar a seta para direita habilita-se o campo de edição da função da curva;
7 - Ao pressionar seta para direita de novo o campo fica desabilitado e o sintetizador diz "dx";
8 - Pressionar seta para esquerda para entrar novamente no campo de edição da integral definida;
9 - Digitar a letra x, a tecla de atalho Ctrl + dois depois hífens, três, asterisco, x, mais, dois;
10 - Se voltar com seta para a esquerda o campo de edição da curva será lido até o primeiro x, elemento a elemento, a leitura do sintetizador é "x, ao quadrado, menos, três, vezes, x, mais, dois";
11 - Com o cursor no primeiro elemento da equação, ao pressionar seta para a esquerda, o sintetizador diz “limite superior igual a dois “e o campo fica aberto para edição;
12 - com seta para esquerda de novo o sintetizador diz “integral definida de um a dois de x ao quadrado menos três x mais Dois dx”.

Facilitaria para o aluno DV que não precisaria inventar uma representação nova, facilitaria para o professor que não precisaria traduzir a linguagem alienígena do aluno, facilitaria para os colegas com os quais o aluno faria os trabalhos.

O presente perfeito

Tenho a maior vontade do mundo de brincar com um cubo mágico, pra mim, esse seria o presente perfeito. Enviei um
e-mail para uma loja virtual especializada na venda do brinquedo cuja sede fica em São Paulo. Será que a solução para
quem não enxerga são adesivos em alto relevo? Será que eles respondem? Será? Será? Será?!