quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Minha sugestão tecnológica para a questão ensino de cálculo versus aluno DV

Enviei um e-mail para um portal de matemática perguntando a respeito dos avanços dos softwares para auxílio de aprendizado de cálculo para quem não enxerga. Enquanto espero a resposta, vou contando a minha idéia do que eu acho que seria um software que realmente ajudaria o aluno deficiente visual a aprender matemática.

(1) Acho que é mais fácil fazer um plugin como complemento do que já existe do que criar uma coisa nova, assim (2) a edição pode ser feita num editor de texto mesmo, um Word ou Writer da vida. (3) Tem que prever o reconhecimento e a tradução de caracteres que já existam no corpo do texto em formato de figura ou entradas que já tenham sido feitas com outro plugin como o Equation do Word, por exemplo.
(4) As entradas seriam semelhantes a da ferramenta Equation da calculadora HP48g (49... 50...), o que quer dizer que o operador pode ser inserido antes ou depois dos valores. (5) O usuário teria a possibilidade de inserir os caracteres e operadores através de teclas de atalho ou de uma lista classificatória, como é feito na inserção de funções do Excel.
Daqui em diante começam os elementos para a sintetização de voz admitindo uma lógica similar àquela para a sintetização de voz já usada para a leitura de textos com editores comuns do Windows ou Linux mais os softwares de leitura existentes como JAWS, NVDA ou HORCA.
(6) O plugin teria que identificar a diferença entre letras e operadores, reconhecer, por exemplo, quando o usuário estivesse usando a letra sigma maiúsculo ou o operador de somatório; a letra "f" seguida da letra "x" entre parênteses ou "efe de xis". (7) A posição dos operadores teria que ser indicada, como os limites de integração de uma integral ou o numerador e o denominador de uma divisão.

Por exemplo, quando eu estava na faculdade, se um exercício pedisse a área de uma curva f(x) = x² - 3x + dois, eu resolveria a integral definida I [um; dois] (x² - 3x +dois) dx. Acontece que "I [um; dois] f(x) dx" não é a representação de uma integral definida.

Se eu tivesse o plugin que idealizo em mãos, seguiria o método:
1 - Pressionar as teclas Ctrl + i para inserir a função "integral definida", ao fazê-lo o sintetizador diz "Integral definida";
2 - Ao pressionar a seta para baixo ou para cima os campos de limite inferior e superior ficam abertos para edição;
3- Quando a seta para baixo é pressionada o sintetizador diz "limite inferior", ao pressionar a seta para cima ele diz "limite superior";
4 - Editar o limite inferior com um, o superior com dois;
5 - Depois dos limites editados, ao pressionar a seta para baixo, o sintetizador diz "limite inferior igual a um", com seta para cima "limite superior igual a dois";
6 - Ao pressionar a seta para direita habilita-se o campo de edição da função da curva;
7 - Ao pressionar seta para direita de novo o campo fica desabilitado e o sintetizador diz "dx";
8 - Pressionar seta para esquerda para entrar novamente no campo de edição da integral definida;
9 - Digitar a letra x, a tecla de atalho Ctrl + dois depois hífens, três, asterisco, x, mais, dois;
10 - Se voltar com seta para a esquerda o campo de edição da curva será lido até o primeiro x, elemento a elemento, a leitura do sintetizador é "x, ao quadrado, menos, três, vezes, x, mais, dois";
11 - Com o cursor no primeiro elemento da equação, ao pressionar seta para a esquerda, o sintetizador diz “limite superior igual a dois “e o campo fica aberto para edição;
12 - com seta para esquerda de novo o sintetizador diz “integral definida de um a dois de x ao quadrado menos três x mais Dois dx”.

Facilitaria para o aluno DV que não precisaria inventar uma representação nova, facilitaria para o professor que não precisaria traduzir a linguagem alienígena do aluno, facilitaria para os colegas com os quais o aluno faria os trabalhos.

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