quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ser vela

Há muitos homens que eu admiro: Jesus Cristo, Buda, Mahatma Gandhi, Beethoven, Padre Leo... infelizmente são
pessoas que não estão mais nessa terra. Eu os admiro pelo mesmo motivo, são homens que conseguiram retirar algo de bom
de uma coisa ruim. Jesus Cristo da morte, retirou a ressurreição. Buda, do sofrimento, o entendimento. Mahatma Gandhi,
da violência, a paz. Beethoven, da surdez, a Nona Sinfonia. Padre Leo, do câncer, a esperança.
Há pouco, questão de meses, conheci as obras do Padre Zezinho, tinha ouvido falar dele antes, mas a curiosidade
não despertava, quando assisti uma entrevista dele para o Papo Aberto (canal Canção Nova, apresentação do Gabriel
Chalita), eu simplesmente me apaixonei.
O Padre Zezinho tem esse dom, essa coisa que eu admiro e que busco, ele observa qualquer coisa, coisa pequena e a
riqueza que ele tem dentro de si é tão imensa que faz daquela coisinha insignificante uma outra coisa incrível.
Eu sempre quiz ser grande, mas não grande no conceito físico, ou monetário, ou no sentido de fama. Sempre quiz ser
gente assim como o Padre Zezinho, que leva consigo a medida, a palavra certa, o jeito que combina. Percebi ainda na
adolecência que pra ser grande assim do jeito que eu quero é preciso ser pequena, por esse motivo dentre muitos outros
que a admiração que tenho pelo Padre Zezinho só faz aumentar, ele diz "escolhi ser 'Zezinho' porque prefiro ser
pequeno", diz "a mensagem é mais importante que o mensageiro".
Desde que fiquei cega vez em quando eu repito pra mim mesma a mesma pergunta, faço a mesma oração, "o que é que eu
posso fazer de bonito com essa deficiência?", como é que eu vou chegar a minha velhice e poder dizer a mim mesma "da
escuridão, consegui retirar a luz?", a resposta é sempre a mesma, "eu não sei". Agora, lendo Padre Zezinho, a pergunta
ecoa muito mais, ele diz "seja como a vela que derrete mas continua a brilhar", diz isso e aquilo, quanto mais eu leio,
mais conheço, mais o admiro e mais me questiono.

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