terça-feira, 20 de setembro de 2011

Noves fora

"Quem disse que isso era impossível? E que grandes vitórias tem você a seu crédito para julgar os outros com exatidão?"
(Napoleon Hill).

A de se cuidar com quem se denomina especialista. A de se cuidar com quem se diz com razão. Reforço sempre que o
bem de uma palavra amiga não deve ser subestimado, mas a de se cuidar não só do que se diz, como também do que se ouve.
Toda gente tem uma história e, em demasiadas vezes, a mágoa e a desilusão que essa história provoca, supera a
visão, o conhecimento e até mesmo o bom senso.
Em "Comer, Rezar, Amar", Elizabeth Gilbert cita Santo Antônio: diz-se que o Santo estava jejuando no deserto e
anjos lhe apareceram - às vezes com formas de anjos, às vezes com formas de demônios -, demônios também lhe apareceram -
às vezes com formas de demônios, às vezes com formas de anjos -; o Santo sabia diferenciar quem era anjo e quem era
demônio pelo modo que ele ficava depois das aparições.
É certo que no mesmo coração que foi plantado trigo, também foi plantado joio... É uma pena. Como é que faz pra
saber se a pessoa está nos oferecendo trigo ou joio? Pois é... Sei não. Eu sou gente também, isso também se aplica a mim
e não sou santa pra identificar as situações com precisão. Soma-se à caixinha de surpresas que o próximo é, com o
despreparo como eu estou... Noves fora... Sobra a questão: foi ele quem me ofereceu algo ruim ou fui eu quem não soube
receber?
Como eu não leio mentes, mãos ou bola de cristal, acho que é mais sensato não julgar.
Sem resposta exata, a conversa sempre me pareceu a melhor aproximação, quando o diálogo civilizado demonstra-se
improvável, tento abreviá-lo, do contrário, troco experiências da forma mais ponderada possível. Dá certo sempre? Claro
que não, vez em quando tenho que exercitar o dom da paciência e da sobriedade e ouvir... e ouvir... e ouvir. Mas,
olhando ao meu redor [noves fora de novo], acho que tenho me saído razoavelmente bem.

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