quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Olho d'água

João Bosco, numa entrevista pra rádio, descreveu o ato de compor como uma epifania que acontece depois de preparo
e dedicação. O amor sempre me pareceu à mesma coisa, a obra prima na profissão de ser gente. Como não dá pra amar na
solidão, muda a matemática só, ao invés de ser um, são dois.
Ele coloca a descoberta da composição como se a obra estivesse escondida e revelasse a si. Como olho d'água que já
existe e passa a brotar da terra que permite. Enquanto eu o ouvia, complementava cá comigo, como ser saciado pelo
frescor que brota da boca de quem leva amor no coração.
Conversar com quem ama, é como provar um pedacinho do céu, o engraçado é que se o coração que recebe está
despreparado, ele não é capaz de apreciar o buquê.
Saber desfrutar do amor é amar em troca, estar num ambiente onde existe amor em reciprocidade é como visitar uma
antecipação do paraíso.
O amor não sobrevive à expectativa, ele é gratuito, manifestação perfeita da liberdade, prática verdadeira da
teoria do livre arbítrio.
Amar é conhecer Deus, entender que a vida é a prova de amor Dele e que a gratidão pela existência é o jeito de
amar em troca.

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