segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Uma segunda chance, uma segunda opinião

"O apego não quer ir embora. Diacho, Ele tem que querer!" (Maria Gadu)

Algumas pessoas são antipáticas, outras são anti-sociais, algumas são tímidas ou pouco comunicativas. Quietinhas, quem sabe? Eu não sei em qual perfil meu avô se enquadra, mas, seja lá qual for, sempre me pareceu que ele não ligava muito para os outros. Ele não foi no aniversário de 15 anos da minha irmã, muito menos no meu casamento, toda vez que nós o chamávamos para ir em casa ele respondia que ia ver se não tinha uma pescaria marcada.
Ontem, domingo, recebemos o convite para irmos hoje, segunda-feira, no aniversário dele, como sempre que conversamos a respeito dele sempre tem um "pois é, ele não foi, né", a primeira coisa que pensei foi "por que eu iria? Ele não liga".
Hoje, enquanto ouvia Maria Gadu, na música que ela canta sobre sua avó Cila, eu resolvi pensar de novo. E pensar o contrário.
Poxa vida, o velhinho nunca vai a evento algum, raríssimamente convida o povo pra ir a casa dele. Esse aniversário é o de 74 anos! Vai que é o último? Ele me fez falta antes, essa é uma oportunidade pra matar um tantinho assim da saudade que ficou. Será que vale a pena esperar o dodói da falta dele passar? Vai que ele morre? Vou esperar ele morrer pra querer matar a saudade?
Eu vou à noite na casa dele, dar-lhe o presente improvisado e um beijo de feliz aniversário, vou amassar gostoso aquele velhinho barrigudinho e falar como é bom ter alguém a quem chamar de avô.
Eu não sei qual vai ser a reação dele, provavelmente vai me dar um tapinha nas costas e dizer, como sempre, "tá bão, fia" mas eu sei que não importa o que ele tenha guardado pra mim, eu vou receber com o amor de neta que eu guardo cá dentro no coração.

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